Breve análise MSX SUMMIT SP 2025

Por Emerson Renato (brancorp2000)

Neste final de semana, mais precisamente no dia 19/07/2025, aconteceu o MSX SUMMIT SP, evento organizado por Daniel Ravazzi, Mario Cavalcanti e Vitor Emmanuel — nomes bem conhecidos no universo da retrocomputação.

Diferente de um encontro tradicional de usuários de MSX, o evento teve como proposta reunir algumas das figuras mais influentes da história dessa linha de computadores. E conseguiu! Estiveram presentes os seguintes palestrantes (em ordem de apresentação):

Moris Arditti – executivo da Gradiente na época do lançamento do MSX Expert no Brasil;
Mauro Muratório, Rodolfo Fücher e Stefano Arnhold – ex-funcionários da SHARP Brasil;
Ademir Carchano – fundador da MSX PROJETOS e da ACVS Eletrônica;
Kazuhiko Nishi – o criador da linha MSX!
Reunir nomes tão importantes não é uma tarefa simples, mas a organização foi bem-sucedida.

As palestras foram, em geral, muito boas. No entanto, a da SHARP acabou deixando a desejar em relação às demais — houve pouco foco no padrão MSX propriamente dito.

A apresentação de Moris Arditti foi um dos destaques. Ele compartilhou sua trajetória na Gradiente e os bastidores do lançamento do Expert 1.0. Mencionou os desafios enfrentados pelas empresas brasileiras na época e confirmou a curiosa história de que o MSX foi tratado como videogame para facilitar sua aprovação pela SEI (Secretaria Especial de Informática) e sua produção na Zona Franca de Manaus. Um conteúdo valioso.

Ademir Carchano também fez uma excelente apresentação, contando como era empreender com tecnologia no Brasil nos anos 80. Ele relembrou as dificuldades enfrentadas por uma empresa pequena diante de gigantes como a Gradiente e a SHARP, mas mesmo assim conseguia projetar e vender produtos como o kit 2.0, Megaram, interfaces de disco, entre outros.

Fechando o evento, tivemos a palestra do criador da linha MSX, o próprio Kazuhiko Nishi — que brincou ao se chamar de “pai biológico” do MSX. Ele falou sobre a origem do padrão, os possíveis significados da sigla, e as negociações com empresas como Microsoft, Sony, Matsushita, Yamaha, entre outras.
É importante destacar a simpatia do Sr. Nishi, que, mesmo visivelmente cansado por conta da viagem e do fuso horário, atendeu a todos com paciência, distribuindo autógrafos e posando para fotos.

Para mim, foi a realização de mais um sonho. Durante a infância, eu jamais imaginei que um dia conheceria o criador do computador que marcou minha vida. Mal sabia, naquela época, que o MSX era japonês. Ter tido essa oportunidade foi algo inesquecível.

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